“Eu
ganhei o mundo, mas o mundo ficou menor. Eu queria viver mais o
público, ficar mais próximo”
Rodrigo Robleño, aquele palhaço
Tamires Duarte
Fotos: Beatriz de Melo |
Faça chuva ou faça
sol – e nesse caso, fez-se chuva. Mas a maquiagem é à prova
d'água, e o show do
CIRCOVOLANTE – 4° Encontro de Palhaços
deve continuar. A
farinha “Boa Sorte” no bolso,
uma mala em
formato de
violão, ao som de “O pente que te penteia”, de David Nasser.
Respeitável público,
com vocês...Rodrigo Robleño! Ou melhor, o palhaço Viralata acaba
de chegar, e as pedras da Praça da Sé, na histórica cidade de
Mariana, agora são o seu picadeiro.
Neste sábado (28),
a plateia
é dona do espetáculo, e Viralata faz questão de ressaltar isso
utilizando todos os elementos a sua volta como inspiração para uma
nova gargalhada. Aquele quadro, no cantinho da praça, anuncia outra
apresentação.
Ele
apaga, e escreve seu nome em letras garrafais! O olhar do palhaço se
conecta ao do público. “Ei, você!” - ele chama uma criança.
“Ahhh, seu sem vergonha!” - o pai entra na brincadeira. O relógio
da igreja marca o tempo real, mas é o relógio de Viralata que marca
o tempo do show. As engrenagens não contam. No tempo do espetáculo
tudo pode, a hora se atrasa, e logo em seguida se adianta. Tudo é
moldado para tornar a atração única!
Do violão saem
bolinhas, bandeiras do Brasil, pratos chineses (vindos
diretamente do Rio de Janeiro, não da China),
bexigas, claves e diabolo. Mas calma senhoras
e senhores,
ele só faz seus malabarismos com a ajuda de vocês. Quanto mais alto
o grito, mais divertida e inusitada se torna a apresentação.
Por trás da
maquiagem, um coração mais verde e amarelo do que nossa bandeira.
Robleño, que passou anos fora do país, foi se abrasileirando. Após
quatro anos no Cirque Du Soleil (2006-2010), a vontade de viver mais
as pessoas, de ter maior proximidade e autonomia em suas
apresentações
fez com que voltasse com toda a energia. A rua como palco e o riso
como principal combustível. Hoje, Viralata – que surgiu há 20
anos, devido à cara de cachorrinho pidão e os trejeitos de desenho
animado do artista -, utiliza
o humor como pano de fundo para fazer críticas sociais ao país.
Com um brilho no
olhar sempre atento ao nariz do palhaço, as crianças foram aos
poucos conquistadas pela simplicidade e inocência da apresentação.
Maaaas...Tic
tac, o relógio desperta. É chegada a hora de Viralata ir.
Aplausos!!!
Obrigado, Tamires. Muito bom o seu texto, cheio de nuances e bem desenvolvido.... bons caminhos para você e para o Encontro de Palhaços.
ResponderExcluirObrigado, público de Mariana.
Rodrigo Robleño - o palhaço "Viralata".