domingo, 29 de abril de 2012

É pau, é pedra...e ao cortejo, bem vindo!



Laura Ralola




Oi?
Foto: Mari Fonseca


A cada passo, as vozes e batuques ficavam mais intensos e dava para sentir com os pés a vibração do som no chão de pedras. Ao dobrar a esquina já era possível vislumbrar uma multidão de cores (colorida) concentrada na porta da sede do Circovolante.

 O Cortejo de abertura do 4º Encontro de Palhaços estava prestes a sair. A fila para pintar o rosto estava abarrotada de crianças e adultos, e os malabaristas aqueciam seus números. O centro histórico de Mariana, transformou-se no maior picadeiro a céu aberto do meu mundo. Palhaços de todas as idades; alguns com sapatos enormes, outros com pernas de pau e até mesmo um palhaço de cabeça quadrada.  


O palhaço homenageado Cheroso e o trapalhão Dedé
Foto: Lincon Zarbietti

O Palhaço Alegria e os encontros durante o cortejo
Foto: Mari Fonseca


Xadrez, listrado, estampado. Não importa. Todas as cores estavam presentes e, assim, o cortejo seguiu seu rumo embalado por uma energia contagiante. O céu era feito de balões, confetes, serpentinas e malabares. Nem o sol forte atrapalhou o espetáculo que acontecia fora do chão, e, em terra firme, os palhaços arrancavam gargalhadas do público. Nesse universo de interação, as reações eram diversas: uns com vergonha, outros entravam na brincadeira com a maior desenvoltura, e outros simplesmente não sabiam o que fazer. Mas é também a marmelada que faz a festa, sim, senhor! E foi assim que o riso correu solto e adoidado em todo mundo.

Quase ninguém reparou, mas as nuvens, timidamente, invadiam o céu azul. Os malabaristas se juntaram e transformaram-se em um grande grupo lançando seus respectivos instrumentos no ritmo dos tambores, sanfonas e guitarras que embalavam a festa. Quem estava de mãos vazias completava o espetáculo dançando. E as famosas águas de março, que também caem em abril, pegaram todos desprevenidos. Ao invés de correrem da chuva,  se deixaram molhar, e a festa ficou ainda mais bonita. Parecia mesmo é que a chuva fazia parte do espetáculo, um “grand finale”. Talvez os palhaços tenham feito um acordo com São Pedro, efeito especial. Sabe como é, palhaço tem dessas coisas, tem mesmo uma magia inexplicável!

Foto: Mari Fonseca


Foto: Camila Dias

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