segunda-feira, 30 de abril de 2012

Furreca, esse palhaço todo!



 Nathália Souza Silva

Foto: Di Anna Lourenço

O que é ser palhaço? Palhaço tem que ser dramático, não só fazer rir, mas fazer pensar também, tem que levar alegria, criticar os nossos problemas, gerar reflexão sobre nosso país. Ser palhaço é divertir e promover o lazer para todas as classes sociais, é saber se apresentar para outros palhaços também, mas não gostar; é fazer um espetáculo na Policlínica do bairro Cabanas por exemplo, é saber descentralizar. Ser palhaço é nascer assim, e o trabalho só de vez em quando.

Ser Eduardo Dias é ser palhaço, o Palhaço Furreca. Mas o “querer-ser”precisou enfrentar os obstáculos, as provações, e até as piadas ruins contadas pelo tempo e pela vida. Seu pai nunca concordou em ter um filho “assim”, “arrume um emprego de verdade!”, dizia. Todavia, assim como os espetáculos, as pessoas são imprevisíveis, e ao assistir um show de Eduardo e seu filho, o velho se emocionou e acabou apoiando a decisão do filho.

Durante uma crise financeira, Eduardo quase desistiu de ser Furreca. Era uma situação complicada, faltava dinheiro, faltava tudo, e o fundo do poço se aproximava. Porém, no poço desse palhaço havia uma cama elástica daquelas! Para ele, foi preciso cair para se levantar ainda melhor, senão, qual seria o sentido de ser palhaço?

Hoje, Furreca encanta os espectadores com sua história de amor, drama e intriga no espetáculo “Circo de Bonecos”. Foi assim, debaixo de sol forte, que seus bonecos Sônia (amor de Furreca), Feijão (dono do circo), Mão Grande (vilão) e o próprio Furreca, fizerem um enredo divertido e ao mesmo tempo crítico nesta segunda-feira (30), na quarta edição do Encontro de Palhaços.

O cenário montado no lugar da apresentação e os bonecos confeccionados pelo próprio Furreca deixam o espetáculo simples, tornando-o especial, mágico. A história dos personagens se confunde com a história real: um dono de circo que foi roubado, um vilão trapaceiro, e um palhaço apaixonado. Eduardo Dias Furreca é esse palhaço todo; crítico, um artista arrojado que carrega uma mala, o amor pelo circo e a saudade do pai.

Foto: Di Anna Lourenço

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