domingo, 29 de abril de 2012

Qualquer rua é à sua maneira o mundo!


         “Eu ganhei o mundo, mas o mundo ficou menor. Eu queria viver mais o público, ficar mais próximo”

Rodrigo Robleño, aquele palhaço



Tamires Duarte


Fotos: Beatriz de Melo

Faça chuva ou faça sol – e nesse caso, fez-se chuva. Mas a maquiagem é à prova d'água, e o show do CIRCOVOLANTE – 4° Encontro de Palhaços deve continuar. A farinha “Boa Sorte” no bolso, uma mala em formato de violão, ao som de “O pente que te penteia”, de David Nasser. Respeitável público, com vocês...Rodrigo Robleño! Ou melhor, o palhaço Viralata acaba de chegar, e as pedras da Praça da Sé, na histórica cidade de Mariana, agora são o seu picadeiro.

Neste sábado (28), a plateia é dona do espetáculo, e Viralata faz questão de ressaltar isso utilizando todos os elementos a sua volta como inspiração para uma nova gargalhada. Aquele quadro, no cantinho da praça, anuncia outra apresentação. Ele apaga, e escreve seu nome em letras garrafais! O olhar do palhaço se conecta ao do público. “Ei, você!” - ele chama uma criança. “Ahhh, seu sem vergonha!” - o pai entra na brincadeira. O relógio da igreja marca o tempo real, mas é o relógio de Viralata que marca o tempo do show. As engrenagens não contam. No tempo do espetáculo tudo pode, a hora se atrasa, e logo em seguida se adianta. Tudo é moldado para tornar a atração única!


Do violão saem bolinhas, bandeiras do Brasil, pratos chineses (vindos diretamente do Rio de Janeiro, não da China), bexigas, claves e diabolo. Mas calma senhoras e senhores, ele só faz seus malabarismos com a ajuda de vocês. Quanto mais alto o grito, mais divertida e inusitada se torna a apresentação.

Por trás da maquiagem, um coração mais verde e amarelo do que nossa bandeira. Robleño, que passou anos fora do país, foi se abrasileirando. Após quatro anos no Cirque Du Soleil (2006-2010), a vontade de viver mais as pessoas, de ter maior proximidade e autonomia em suas apresentações fez com que voltasse com toda a energia. A rua como palco e o riso como principal combustível. Hoje, Viralata – que surgiu há 20 anos, devido à cara de cachorrinho pidão e os trejeitos de desenho animado do artista -, utiliza o humor como pano de fundo para fazer críticas sociais ao país.

Com um brilho no olhar sempre atento ao nariz do palhaço, as crianças foram aos poucos conquistadas pela simplicidade e inocência da apresentação. Maaaas...Tic tac, o relógio desperta. É chegada a hora de Viralata ir. Aplausos!!!




Um comentário:

  1. Obrigado, Tamires. Muito bom o seu texto, cheio de nuances e bem desenvolvido.... bons caminhos para você e para o Encontro de Palhaços.
    Obrigado, público de Mariana.
    Rodrigo Robleño - o palhaço "Viralata".

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